A criança faz movimentos com o corpo, os quais, aos poucos, vão se estruturando. No decorrer da vida, assumem significação e exercem grande influência no seu comportamento. Os seus primeiros movimentos são sentidos pela mãe já no útero.
Depois do nascimento, o que percebemos no desenvolvimento infantil é o corpo e seus movimentos. A psicomotricidade é a área que se ocupa da educação do corpo em movimento. Nos seus primeiros anos, a criança utiliza o corpo para expressar suas vontades, emoções e também seus conceitos.
Antes de aprender os ensinamentos formais e acadêmicos, o corpo da criança tem que estar organizado, estruturado no tempo e no espaço, precisa desenvolver seus movimentos amplos, como correr, saltar, pular; e movimentos finos, tais como desenhar, recortar, amassar, ter experiências motoras que estruturem sua imagem e seu esquema corporal: controle, coordenação, conhecimento e consciência do seu corpo.
A psicomotricidade vem auxiliar o desenvolvimento motor e intelectual da criança, sendo que o corpo e a mente integrados são os elementos da sua formação.
O trabalho psicomotor ajuda na estruturação da personalidade da criança, já que ela pode expressar melhor seus desejos, desenvolver suas necessidades e trabalhar suas dificuldades.
As atividades motoras são importantes para o desenvolvimento global das crianças. Enquanto explora o mundo que a rodeia com todos os órgãos dos sentidos, vai aprofundando e expandindo a sua experiência individual.
A melhor maneira da criança ter esta experiência motora é pelo ato de brincar. Quando brinca, a criança expressa sentimentos, necessidades e constrói o seu mundo, a sua aprendizagem com referências vividas.
Veja como podemos desenvolver a psicomotricidade nas nossas crianças!
COORDENAÇÃO MOTORA FINA – É a capacidade de realizar movimentos coordenados, controlando os pequenos músculos para realizar exercícios refinados. Exemplo: rasgar e recortar papéis, jogos de pequenos encaixes, dobraduras, exercícios como abotoar, fazer dobraduras, nós simples e laços.
ESQUEMA CORPORAL – É quando a criança toma consciência do seu corpo e de suas partes, preparando-se para se relacionar com o mundo externo. Exemplo: reconhecer as partes do seu corpo e de seus pares frente ao espelho, fazer o desenho do seu corpo em tamanho natural na areia ou em papel, cantar nomeando e exercitando as partes do seu corpo e também de seus brinquedos durante todas as atividades do dia a dia, como o banho, o horário da alimentação e na hora de vestir.
RITMO – Pelo desenvolvimento do ritmo ordenamos o ato motor. Exemplo: dança das cadeiras, acompanhamento de músicas com instrumentos de percussão, produzir sons com o próprio corpo, marchar ao som de músicas cadenciadas, pular corda, dançar e cantar.
EQUILÍBRIO – É a base da coordenação dinâmica global do corpo parado ou em movimento. Um exemplo de equilíbrio dinâmico: andar na ponta dos pés, caminhar sobre uma corda, andar com um ovo na colher, andar com as mãos na cabeça. Exemplo de equilíbrio estático: equilibrar-se em um pé só, conseguir sentar-se corretamente.
COORDENAÇÃO GLOBAL OU MOTRICIDADE AMPLA – É a ação que dá possibilidades à musculatura de realizar movimentos complexos. Exemplo: correr, saltar, andar, vencer obstáculos, como pular sobre objetos.
ORGANIZAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL – é a capacidade de se estruturar partindo de si em relação aos outros objetos e pessoas, orientando-se adequadamente no espaço e no tempo. Exemplos: exercícios e brincadeiras que dão a noção de dentro e fora, longe e perto, em cima, embaixo, perto e longe, o que vem antes e ou depois, brincadeiras como "estátua", onde as crianças precisam ficar paradas quando é dado um sinal, andar em dupla acompanhando o ritmo do companheiro.
LATERALIDADE – É a capacidade de realizar os movimentos, utilizando-se dos dois lados do corpo, o lado direito e o lado esquerdo. Cada sujeito tem maior habilidade num dos lados devido a dominância cerebral. Os destros têm maior facilidade com a mão direita e os canhotos com a mão esquerda. Podemos realizar atividades para desenvolver a lateralidade, como, por exemplo: nomear os lados utilizando canções e brincadeiras, como "mão direita na orelha esquerda", chutar a bola ora com um pé ora com o outro, utilizando de forma integrada os dois lados do corpo.
PERCEPÇÃO – É a capacidade de perceber, reconhecer e distinguir os estímulos. Exemplo: brincar com a criança, estimulando as diferentes percepções de coisas quentes e frias, pesadas e leves, molhadas e secas, duras e moles, ásperas e macias, doces e salgados, sons alto e baixo, claro e escuro.
Os conceitos básicos da aprendizagem precisam ser experienciados para serem incorporados, daí a importância de oportunizarmos para as crianças atividades que permitam esta vivência motora e sensorial, como preparo para o processo de aprendizagem dos conceitos formais e informais do cotidiano.
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